Porto Velho, RO - O dólar caía 1,41%, cotado a R$ 4,693, por volta das 11h10 desta sexta-feira (1º), enquanto o mercado digere o relatório Payroll de emprego não-agrícola dos Estados Unidos. A geração de vagas veio abaixo do esperado, mas a taxa de desemprego ficou no menor nível em dois anos e os salários seguem subindo.
No mesmo horário, o Ibovespa subia 1,2%, cotado a 121.436 pontos, também refletindo os dados norte-americanos. Os dados fortaleceram apostas em uma alta de 0,5 ponto percentual nos juros pelo Federal Reserve em maio, mas também reduziram temores de uma possível recessão no país. A elevação nessa magnitude já era esperado pelo mercado, afetando pouco os fluxos atuais de investimento.
Ao mesmo tempo, o mercado segue atento a uma nova rodada de negociações entre Ucrânia e Rússia. O governo russo afirmou que viu avanço nas conversas, o que reduz a aversão a riscos dos investidores.
No Brasil, os investidores monitoram o início da greve de servidores do Banco Central e o possível impacto do movimento, em especial a possibilidade de um reajuste de 5% para os servidores públicos, o que representaria mais gastos pelo governo e eleva temores de um descontrole fiscal, um cenário que favoreceria o dólar.
Na quinta-feira (31), o dólar caiu 0,47%, encerrando a R$ 4,762, no menor valor desde março de 2020. No trimestre, a queda foi de 14,55%, a maior desde 2009. Já o Ibovespa recuou 0,22%, aos 119.999,23 pontos, enquanto que, no trimestre, a alta foi de 14,5%, a maior desde 2020.
Petróleo
Desde a invasão da Ucrânia pela Rússia no dia 24 de fevereiro, os mercados de petróleo mostram a maior volatilidade em dois anos, com os preços da commodity chegando a bater níveis vistos pela última vez em 2008.
A commodity tem oscilado na faixa dos US$ 100 e US$ 110 nos últimos dias. Por um lado, o mercado espera uma demanda menor devido a novos lockdowns na China e à perspectiva de um ciclo de alta de juros maior nos Estados Unidos, o que desaceleraria a economia do país.
Ao mesmo tempo, qualquer novidade sobre a guerra influencia os preços, alimentando ou reduzindo temores de problemas na oferta e afetando a cotação.
Porém, se comparado com anos anteriores, o petróleo segue em valores elevados e subiu mais de 30% no primeiro trimestre, devido ao descompasso entre oferta e demanda da commodity, com os principais produtores, reunidos na Opep+, ainda não retomando os níveis de produção pré-pandemia. O quadro foi intensificado com as tensões na Europa.
Commodities
A disparada nas commodities com o conflito no Leste Europeu favorece o mercado brasileiro, e seus efeitos têm ajudado a superar a aversão a riscos com a guerra na Ucrânia, o que beneficia o real até o momento.
O ciclo está ligado, em parte, à alta nos preços do petróleo e do minério de ferro devido à elevada demanda em meio à retomada econômica. O processo de alta de juros nos Estados Unidos também alimenta essa migração, com a saída da renda variável norte-americana.
Outro fator por trás desse movimento são as expectativas de mais medidas pró-crescimento na China que estão aumentando as esperanças de uma recuperação na demanda por metais, o que levou a altas nos preços, reforçadas com a crise na Ucrânia.
Porém, intervenções do governo chinês no mercado e um novo surto de Covid-19 no país com lockdowns ainda geram pressões de queda, em um sobe e desce na cotação, que continua em níveis elevados.
Guerra na Ucrânia
Com a guerra na Ucrânia completando um mês, as forças ucranianas têm tentado recuperar território dos russos nos últimos dias, de acordo com um alto funcionário da defesa dos Estados Unidos — que os descreveu como “capazes e dispostos” a fazê-lo.
Rússia e Ucrânia realizam uma nova rodada de negociações nesta sexta-feira. O presidente ucraniano sinalizou que o país aceitaria um status de neutralidade, uma exigência russa, mas sem concessões territoriais, e a Rússia fala em avanços nas conversas.
Apesar de a Rússia ter prometido reduzir os ataques na Ucrânia, bombardeios voltaram a ser registrados em Chernihiv, no norte, segundo afirmou o prefeito local Vladyslav Atroshenko.
Do ponto de vista econômico, as sanções de maior impacto econômico para a Rússia estão ligadas à expulsão de bancos russos do Swift, um meio global de processamento de pagamentos.
Fonte: Oobservador
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