Porto Velho, RO - O câncer é uma doença debilitante para os pacientes, que acabam sofrendo com dores e desconfortos durante o tratamento. Evidências científicas mostram que o estilo de vida levado antes, durante e depois do diagnóstico importa para ao nível de sofrimento físico.
Agora, uma pesquisa feita por cientistas da Universidade de Melbourne, na Austrália, revela que a prática de atividades físicas diminui a intensidade da dor nos sobreviventes do câncer. O estudo foi publicado nesta segunda-feira (12/2), no American Cancer Society Journals.
“A atividade física é uma opção eficaz e não farmacológica para reduzir muitos tipos de dor. Como nosso estudo sugere, isso pode incluir a dor associada ao câncer e seus tratamentos”, disse a pesquisadora Erika Rees-Punia, autora sênior do trabalho.
Pessoas que se exercitam depois dos 30 anos reduzem a queda natural do corpo, conseguem preservar a força óssea e muscular e vivem muito melhor Justin Paget/ Getty Images
Exercícios que fortalecem os ossos e os músculos são essenciais para evitar doenças e demais problemas de saúde. Além de melhorar o equilíbrio, se exercitar ao menos duas vezes por semana é um dos segredos para prolongar a expectativa de vida e envelhecer melhor Mike Harrington/ Getty Images
Um estudo feito por pesquisadores da Universidade de Tohoku, no Japão, mostra que entre 30 e 60 minutos de exercícios de fortalecimento muscular por semana é o suficiente Hinterhaus Productions/ Getty Images
De acordo com os resultados da pesquisa, o risco de morte prematura entre as pessoas que se movimentam é entre 10% e 17% menor do que o verificado em pessoas sedentárias Catherine Falls Commercial/ Getty Images
Exercícios que utilizam o peso do próprio corpo, como musculação e a prática de esportes, são algumas das recomendações. Além disso, atividades como Tai chi e ioga também são indicadas para fortalecer ossos e músculos Nisian Hughes/ Getty Images
Manter o corpo ativo ajuda ainda a melhorar resultados da menopausa, de períodos pós-operatório e pode ajudar a prevenir fraturas nos ossos, por exemplo. Além disso, também auxilia no aumento da energia, melhora o humor e o sono skaman306/ Getty Images
Segundo especialistas, pessoas que se exercitam por ao menos meia hora na semana demonstram redução do risco de morte, doenças cardíacas e câncer. Uma hora semanal de atividades de fortalecimento muscular também foi relacionada à diminuição do risco de diabetes Tom Werner/ Getty Images
A massa muscular e óssea do corpo humano atinge o pico antes dos 30 anos. A partir dessa idade, começa um decaimento natural. Ou seja, indivíduos que começam a se exercitar na juventude terão aumento da força óssea e muscular ao longo da vida Thomas Barwick/ Getty Images
Pessoas que se exercitam depois dos 30 anos reduzem a queda natural do corpo, conseguem preservar a força óssea e muscular e vivem muito melhor Justin Paget/ Getty Images
Exercícios que fortalecem os ossos e os músculos são essenciais para evitar doenças e demais problemas de saúde. Além de melhorar o equilíbrio, se exercitar ao menos duas vezes por semana é um dos segredos para prolongar a expectativa de vida e envelhecer melhor Mike Harrington/ Getty Images
Benefícios da prática de atividades físicas após o câncer
Os pesquisadores analisaram informações de saúde de 62 mil pessoas – sendo 10.651 adultos com diagnóstico anterior de câncer e 51.439 sem histórico da doença, para comparação.
Os participantes responderam a pergunta: “Como você classificaria sua dor, em média?”. As respostas variavam de zero (sem dor) a 10 (pior dor imaginável). Os voluntários também foram questionados sobre a prática de atividades físicas.
Os resultados mostraram que a maior frequência na prática de atividades físicas está associada a uma menor intensidade de dor. A OMS preconiza entre 150 e 300 minutos de atividade física aeróbica de moderada intensidade por semana ou entre 75 e 150 minutos de atividade física aeróbica vigorosa.
No grupo dos participantes com diagnóstico anterior de câncer, aqueles que fizeram mais atividades físicas do que a quantidade estabelecida pela OMS tinham 16% menos probabilidade de relatar dor moderada a intensa em comparação com aqueles que não tinham o hábito.
Na comparação com as pessoas sedentárias, aquelas que eram consistentemente ativas ou que se tornaram ativas na vida adulta também relataram menos dor.
O oncologista João Nunes, da Oncoclínicas Brasília, explica que tanto a presença do câncer como o tratamento da doença podem provocar a destruição de células e tecidos, desencadeando um processo inflamatório local, além de irritação nas fibras nervosas.
“Tudo isso pode levar a um desconforto percebido pelos pacientes desde uma dormência até dor limitante”, afirma o médico, que não esteve envolvido na pesquisa.
Nunes acredita que estudos como esse trazem respaldo científico para mudanças no estilo de vida dos pacientes mesmo durante o tratamento do câncer. “A atividade física permite liberação de endorfina, além da diminuição de radicais livres circulantes no sangue auxiliando no controle de sintomas”, diz.
Fonte: Metropóles
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