O novo ministro do Interior da França, Bruno Retailleau (LR), reiterou as suas reservas à ideia de uma “sociedade multicultural”. Reprodução/Instagram
Porto Velho, RO - O novo ministro do Interior da França, Bruno Retailleau (LR), reiterou as suas reservas à ideia de uma “sociedade multicultural”, e lamentou que “os franceses nunca tenham tido de decidir” sobre a imigração, apoiando a ideia de um referendo sobre o assunto.
Questionado sobre declarações anteriores em que julgou que uma “sociedade multicultural” era um “impasse” e “conflito”, o novo ministro LR estimou “que uma sociedade multicultural corre riscos de se tornar também uma sociedade multirracista”, disse ele.
“Existe o modelo anglo-saxão e o modelo francês. Ou temos uma sociedade anglo-saxônica onde justapomos comunidades, e num determinado momento há choques violentos, ou temos o nosso modelo, o modelo republicano”, explicou o Ministro do Interior. “O projeto francês é ir além das origens. O espaço público é a República e você deve se distanciar do que diz respeito aos seus assuntos privados. É esta distância simbólica que permite concretizar a promessa republicana”.
“Nossa cultura é judaico-cristã. O cadinho francês se fez com Jerusalém, Atenas e Roma. É uma civilização única, que também é europeia e o pior para mim é ver esta má consciência europeia quando a Europa é o símbolo da liberdade”, continuou Retailleau. “Como se quer integrar os jovens que duvidam, dizendo-lhes que a França não é amiga, que é culpada de todos os crimes?”, continuou.
“Consultar por referendo”
O novo ministro do Interior também manifestou no domingo, 29 de setembro, o seu “lamento” por não se poder realizar um referendo sobre a imigração em França, julgando também que “só haverá controle da imigração se houver um plano global
“Não podemos fazer na França, infelizmente por razões constitucionais, um referendo sobre a imigração. Lamento”, disse Bruno Retailleau em LCI.
Questionado sobre o seu desejo pessoal de tal referendo, respondeu: “Sim, mil vezes sim”, lembrando que “seria primeiro necessário rever a Constituição”.
Bruno Retailleau justificou este desejo de referendo pelo fato de “a imigração ser um dos fenômenos que mais perturbou a sociedade francesa durante 50 anos, durante meio século, sem que os franceses nunca tivessem podido falar nada.”
Prisca Thévenot (Renaissance), ex-porta-voz do governo, estimou que poderíamos “falar sobre imigração sem denegrir os franceses que dela provêm”. “Nossa linguagem permite diferenciar entre imigração ilegal e legal. A primeira é combater, a segunda é controlar. Não fazer a distinção prepara o terreno para o RN”, criticou ela.
Fonte: O Antagonista
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