“Batimentos cardíacos” são registrados sob o solo da África

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“Batimentos cardíacos” são registrados sob o solo da África

Deserto com duna de areia na Namíbia, África do Sul. Créditos: depositphotos.com / tampatra@hotmail.com

Porto Velho, RO - Pesquisadores britânicos trouxeram à tona um fenômeno singular no nordeste da Etiópia, mais precisamente na região de Afar, na África. Ali, foram detectados batimentos vindos do interior da Terra, fenômeno que chamou a atenção da comunidade científica internacional.

Esses batimentos são resultado de pulsos rítmicos de material quente ascendendo do manto terrestre, revelando uma dinâmica interna pouco conhecida do planeta.

O estudo, publicado em junho de 2025 na revista Nature Geoscience, envolveu a análise detalhada de amostras de rochas vulcânicas locais.

Os cientistas observaram que os pulsos do manto se comportam de maneira cíclica, sugerindo uma atividade profunda e constante sob a crosta africana.

Esse processo, comparado ao funcionamento de um coração, reforça a ideia de que o interior da Terra é muito mais dinâmico do que se imaginava.

O que são os batimentos do manto sob a região de Afar?

Os chamados batimentos do manto referem-se a movimentos ascendentes de rocha quente, conhecidos como plumas mantélicas. No caso de Afar, essa pluma se destaca por atravessar a crosta continental, ao contrário da maioria, que geralmente se formam sob os oceanos.

O material quente sobe em pulsos, alterando a composição química das rochas vulcânicas e influenciando diretamente a geologia da região.

Esses pulsos foram identificados por meio da análise de 130 amostras de rochas com idade inferior a 2,6 milhões de anos. Ao comparar essas amostras com rochas mais antigas, os cientistas conseguiram mapear as mudanças químicas ao longo do tempo, evidenciando a natureza pulsante da pluma do manto em Afar.

Como os batimentos do manto afetam a geologia da África?

A presença da pluma do manto em Afar está diretamente relacionada à formação de fendas tectônicas na região. Esse processo, conhecido como rifteamento, ocorre quando o continente começa a se dividir devido à pressão exercida pelo material quente ascendente.

Em Afar, esse fenômeno está contribuindo para a separação gradual do continente africano, um processo que pode, no futuro, resultar na formação de um novo oceano.
  1. Formação de fendas: O calor e a pressão da pluma criam rachaduras na crosta terrestre.
  2. Atividade vulcânica: O material derretido pode alcançar a superfície, formando vulcões ativos.
  3. Alterações químicas: Os pulsos modificam a composição das rochas, fornecendo pistas sobre a evolução geológica local.

Além disso, a movimentação da pluma influencia a velocidade e a direção com que as placas tectônicas se afastam, tornando o estudo dessas pulsações fundamental para compreender a dinâmica interna do planeta.

Por que a pluma do manto de Afar é considerada única?

A pluma mantélica de Afar se diferencia por sua localização sob uma crosta continental espessa, o que a torna mais complexa do que outras plumas conhecidas.

Essa característica faz com que o fenômeno seja um laboratório natural para estudar como o interior da Terra interage com a superfície.

Os pulsos ascendentes, além de carregarem assinaturas químicas distintas, são canalizados por meio das placas em rifte, demonstrando uma relação direta entre o manto profundo e os processos geológicos superficiais.
  • Origem continental: Diferente das plumas oceânicas, a de Afar atravessa uma crosta mais espessa.
  • Complexidade química: As amostras de rochas revelam uma diversidade maior de elementos e minerais.
  • Impacto tectônico: O fenômeno contribui para a separação de placas e a formação de novas estruturas geológicas.
O estudo desses batimentos oferece novas perspectivas sobre a evolução dos continentes e a formação de oceanos.

A região de Afar, portanto, permanece sob o olhar atento de geólogos de todo o mundo, que buscam compreender melhor os mecanismos internos do planeta e suas consequências para a superfície terrestre.

Fonte: O Antagonista

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