
Favorito para prefeitura é filiado a grupo que chama Israel de apartheid, evita condenar massacre e defende boicote total ao país. /// Imagem: IA por Alexandre Borges
Porto Velho, RO - Zohran Mamdani, deputado estadual em Nova York e candidato a prefeito da cidade, é hoje o nome mais forte da extrema-esquerda americana.
Muçulmano, nascido em Uganda e filho da cineasta Mira Nair, Mamdani é filiado ao grupo Socialistas Democráticos da América, a maior organização política dos Estados Unidos a acusar Israel de praticar apartheid e genocídio.
O grupo apoia o movimento internacional de boicote, desinvestimento e sanções contra Israel, pede o fim da ajuda militar americana ao governo israelense e rejeita qualquer solução que não inclua o chamado “direito de retorno” de milhões de palestinos, proposta que o governo de Israel considera incompatível com sua existência como Estado judeu.
A plataforma não reconhece o Hamas como grupo terrorista e, após o massacre de 7 de outubro, se recusou a condenar os ataques.
Em Nova York, o apoio a Mamdani tem mobilizado essa base radical, formada por ativistas universitários, defensores da causa palestina e minorias de extrema-esquerda que enxergam no Estado de Israel um símbolo de opressão.
Desde jovem, Mamdani atua como militante pró-Palestina.
Foi fundador de um núcleo do grupo Estudantes pela Justiça na Palestina, que opera em dezenas de universidades americanas com pautas de boicote acadêmico e manifestações contra Israel.
Em 2017, trabalhou na campanha de um político local que defendia o BDS e a deslegitimação de Israel na ONU.
Durante a campanha municipal, Mamdani evitou qualquer crítica ao Hamas e se recusou a condenar o uso da palavra intifada em protestos nas ruas da cidade.
“É uma expressão legítima de resistência”, declarou. Também defendeu o BDS como uma estratégia não violenta e disse que sua prioridade é o cumprimento do direito internacional.
As declarações provocaram reações no Partido Democrata.
O ex-governador Andrew Cuomo, seu principal adversário durante as primárias, acusou Mamdani de acobertar o terrorismo.
Lideranças como Alexandria Ocasio-Cortez e Jamaal Bowman cortaram relações com os Socialistas Democráticos após o grupo apoiar manifestações que celebraram o massacre do Hamas.
Mesmo assim, Mamdani venceu a primária democrata e hoje é o favorito na disputa de novembro.
Ele promete ampliar o transporte público gratuito, congelar aluguéis e aumentar os impostos sobre grandes fortunas. Também disse que ouvirá “as preocupações da comunidade judaica” mas não indicou nenhuma mudança de posição sobre Israel.
Para democratas de centro, a candidatura de Mamdani representa a institucionalização de um discurso antissemita dentro da política americana.
Fonte: O Antagonista
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