SC registra surto do tipo mais perigoso da dengue com aumento de 7.000% nos casos

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SC registra surto do tipo mais perigoso da dengue com aumento de 7.000% nos casos





Até outubro de 2025, 20 pessoas morreram por dengue em Santa Catarina Foto: Getty Images/ND Mais

Os casos de contaminação pelo sorotipo DENV-3 da dengue, considerado um dos mais preocupantes pela comunidade científica, aumentaram 7.166% em 2025 em comparação ao mesmo período de 2024 (de 1º de janeiro a 24 de outubro), segundo dados do Lacen-SC (Laboratório Central de Saúde Pública de Santa Catarina).


A disparada na circulação do vírus acende um alerta nas autoridades de saúde porque o DENV-3 havia registrado baixa presença nos últimos anos. Quando um sorotipo volta a circular após um período de ausência, cresce o risco de surtos e de formas graves da doença, já que a população tem baixa imunidade a ele.

Embora o DENV-2 esteja mais associado aos quadros de dengue hemorrágica — a forma mais severa da infecção — o DENV-3 também pode provocar complicações, especialmente em pessoas que já tiveram dengue causada por outro sorotipo.


Em 2024, foram registrados três casos de dengue com o sorotipo DENV-3 no estado – dois na região da Grande Florianópolis e um na Foz do Rio Itajaí.

No mesmo período deste ano, em comparação, já são 215 casos, sendo:

88 no Vale do Itajaí;
58 no Planalto Norte e Nordeste;
26 no Meio Oeste e Serra Catarinense;
23 na Foz do Rio Itajaí;
15 no Meio Oeste e
5 na Grande Florianópolis.

Secretaria alerta para risco de aumento de casos

A SES (Secretaria do Estado da Saúde) prevê um aumento de casos nas próximas semanas, quando começa o período sazonal de proliferação do Aedes egypti, mosquito vetor da doença – entre outubro e maio, segundo o Ministério da Saúde.

Em setembro, infecções por dengue aumentaram 230%. Em 2025, 20 pessoas morreram no estado. Já em outubro, casos de chikungunya, enfermidade causada pelo mesmo mosquito, aumentam 552% em relação ao mesmo período do ano passado.


Em setembro, infecções por dengue aumentaram 230%Foto: Divulgação/ND

Por que sorotipo DENV-3 aumenta risco de casos graves?

O vírus da dengue pertence à família dos flavivírus e possui quatro sorotipos — DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4 — que podem causar desde infecções leves até casos graves.


Cada sorotipo é diferente o suficiente para que a infecção por um não garanta imunidade aos outros, permitindo que uma pessoa seja infectada até quatro vezes. Além disso, infecções sucessivas aumentam o risco de formas graves da doença.

O DENV-3 preocupa os especialistas por ser mais virulento e frequentemente associado a quadros severos. Isso porque, após um período sem grande incidência, quando o vírus retorna a circular, encontra a população já com baixa imunidade – o que pode agravar os quadros de dengue.

A introdução de um novo sorotipo em populações que já tiveram contato com outros pode gerar grandes epidemias, como ocorreu no Brasil entre 2000 e 2002, quando o surgimento do DENV-3 elevou o número de casos e de dengue hemorrágica.


Nordeste, Vale do Itapocu, Grande Florianópolis, Médio Vale do Itajaí, Oeste, Alto Uruguai Catarinense e Foz do Rio Itajaí são regiões mais afetadas pela proliferação do mosquito da dengue Foto: Canva/ ND

Diferença entre sorotipo e variante

Um sorotipo é um tipo de vírus diferente do original. Ele possui diferenças significativas nos antígenos – as partes do vírus que o sistema imunológico reconhece. Essas diferenças são tão grandes que a infecção por um sorotipo não gera imunidade contra outro.


Já uma variante é uma versão dentro de um mesmo sorotipo ou linhagem, com pequenas mutações genéticas. Normalmente, variantes mantêm o mesmo sorotipo e costumam gerar imunidade, total ou parcial.
Ações de prevenção contra a proliferação do mosquito da dengue iniciam nesta segunda-feira

A SES, em parceria com a SED (Secretaria do Estado da Educação) e a Fecam (Federação Catarinense de Municípios), lançou uma iniciativa de mobilização estadual nas escolas, que inicia nesta segunda-feira (27) e vai até 8 de novembro.

As ações incluem a capacitação sobre o uso do BRI (Biolarvicida Regionalizado), promovida pelas secretarias municipais de saúde, e a inspeção das estruturas das escolas — como calhas, caixas d’água e outros locais com acúmulo de água para eliminar possíveis criadouros do Aedes aegypti.


Além das inspeções e ações de limpeza, as escolas realizam palestras, oficinas e debates sobre sintomas e prevenção. A SES também incentiva a vacinação de adolescentes de 10 a 16 anos em 100 municípios das regiões mais afetadas – Nordeste, Vale do Itapocu, Grande Florianópolis, Médio Vale do Itajaí, Oeste, Alto Uruguai Catarinense e Foz do Rio Itajaí.


Denúncias de possíveis focos de mosquito ajudam no controle da dengue Foto: Divulgação/Decom/ND

Como evitar criadouros do mosquito

Evite o acúmulo de água da chuva em recipientes como pneus, tampas de garrafas, latas e copos.
Não deixe materiais descartáveis sem uso em pátios ou terrenos baldios.
Mantenha as piscinas tratadas com cloro e, caso não estejam em uso, esvazie-as completamente, sem deixar poças de água.

Conserve lagos e tanques sempre limpos ou coloque peixes que se alimentem de larvas.
Lave semanalmente, com escova e sabão, os potes de água e comida dos animais de estimação.
Coloque areia nos pratinhos das plantas e retire a água acumulada nas folhas pelo menos duas vezes por semana.

Mantenha as lixeiras bem tampadas, evite o acúmulo de lixo e entulho e guarde os pneus em locais secos e cobertos.


ND Mais

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